segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Novas Oportunidades - Erro de casting

Este governo Socrateiro não convence ninguém. Parece-me, contudo, que porventura será o governo menos mau que tivemos. Só que isso não chega, não deixa de ser mau. Para mal de todos nós, Sócrates é intelectualmente fraco, mas mediaticamente fortíssimo. Curiosamente na oposição, a cassete que tinha a tocar era a de que o governo de Santana Lopes é que era o governo da cosmética e da irrealidade. A única diferença é que Santana Lopes tinha a fama e Sócrates tem o proveito.
Agora no governo é uma autêntica alíce no país das maravilhas, prestes a entrar num 2009 encantado. A sua política, ao invés de se centrar no governo eficiente de uma nação débil e na, consequente, resolução dos seus problemas estruturais, assenta na propaganda colorida, no mediatismo detalhadamente preparado que se consubstancia em aparições sebastianistas perversas e alheias às necessidades e realidade nacional.
O Magalhães encaixa, que nem uma luva, nisto.
O narcisismo de Sócrates provocou-lhe grande sofrimento psicológico quando o responsável de marketing escolheu o nome de um navegador português e não o de um filósofo grego.
Dentro desta forma de politicar surgiram as Novas Oportunidades. Todos já perceberam o alcance fictício, do ponto de vista pedagógico, deste programa.
Todos sabem que o objectivo não é qualificar nem enriquecer social ou culturalmente alguém.
O único a ter interesse neste programa é o governo. Meramente está presente o egoísmo obsessivo de apresentar estatísticas(antes/depois) desnexadas com a verdade qualíficacional da população.
Sócrates é um vendedor de ilusões. E as ilusões pagam-se. Mais tarde, mas bastante caro.
Se o governo pretendesse exercer o seu papel governativo orientado para a realidade nunca apresentaria um programa de qualificação e formação fictícia, desrespeitosa e fraudulenta.
De facto não faz sentido ministrar qualificação desnecessária e improdutiva a quem já tem a sua idade e mais importante a sua "oportunidade", quando existem montanhas de licenciados(muito mais qualificados do que qualquer outra simples vítima deste programa), sem vislumbrarem qualquer "nova oportunidade" num horizonte razoável. A boa governação exigiria a preocupação primeira pela solvência dos problemas dramáticos e estruturais que criam dificuldades de empregabilidade aos milhares de jovens licenciados e não a preocupação cínica e propagandística pelos que já têm o seu trabalho e irão gastar recursos que não trarão riqueza e produtividade a Portugal.

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